Guia não-definitivo de música
Colunistas Vanessa Pinheiro

Guia não-definitivo de música

Crédito: Arun Thomas/Pexels.

Vem comigo passear nessa maquete em 1:100 daquelas revistas de música que os jornalistas descolados faziam. Mas sem o café com gosto duvidoso de redação e com pouca ou nenhuma autoridade técnica — porque aqui o negócio é emoção.

O plano é, toda semana, trazer reflexões que envolvam música. Pode ser coisa antiga, lançamento fresco, obscuridade que só três pessoas conhecem ou aquele hit que ninguém aguenta mais ouvir. Tudo escrito por uma jornalista que se distrai facilmente, mesmo de fone no ouvido, porque vai prestar atenção no arranjo, pesquisar a história da letra e caçar de onde saiu o sample.

Trilha sonora da vida

Cresci numa casa bem musical. Meus pais, desde que me entendo por gente, sempre deixavam alguma coisa tocando. Muito do meu repertório de MPB a forró e disco music vem daí. Até hoje, se bobear, tem uma Donna Summer ecoando às 9 da manhã. Mas, sendo a única criança da casa, eu tinha pouquíssimo poder de escolha sobre o que ia tocar na vitrola ou no micro system que veio depois.

Tudo mudou quando o primeiro computador chegou em casa, junto com a famigerada internet discada e o curso de informática para “aprender a surfar na rede”. Foi nesse momento que descobri que dava para montar meu próprio CD. Já adolescente, levava minha playlist para todo canto: primeiro num CD regravável, que tocava no discman, e depois no glorioso MP3 player.

Playlists de ontem e de hoje

Mas como descobrir músicas novas? Aí entrava o poder do compartilhamento. No meu tempo de gata garota, depender só da internet discada era sofrido, mesmo com a comunidade Discografias no Orkut, o Trama Virtual e os softwares P2P (um beijo, eMule). A saída era unir forças: cada amigo comprava ou conseguia um CD e os outros copiavam. Assim caiu no meu colo metade das músicas que conheço e gosto até hoje — uma salada que mistura metal, rap, hardcore, pop, banana e chiclete.

O restante fui conhecendo meio ao acaso: lendo sites especializados, pegando referências em redes sociais ou, mais tarde, deixando o algoritmo do streaming me guiar. É esse mesmo empurrãozinho que espero dar aqui: te fazer ouvir coisas diferentes ou, simplesmente, apreciar um som maneiro. Já separa teu fone de ouvido e tua xícara de chá.

Vanessa Pinheiro

Colunista
Vanessa Pinheiro é jornalista e apaixonada por música. (Quase) sempre de fone de ouvido, explorando o universo sonoro sem rótulos: de clássicos lendários a descobertas recentes. Um mergulho nas histórias, influências e na emoção que faz um acorde vibrar mais fundo.

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