Como a maquiagem mexeu com o bolso de Hailey Bieber e Charli XCX?
Colunistas Gabi Gutierrez Revista CDC

Como a maquiagem mexeu com o bolso de Hailey Bieber e Charli XCX?

Em estéticas opostas, as duas carregaram o mundo da maquiagem em 2025

Em 2025, a era clean girl foi muito forte, mas a estética messy girl não ficou atrás e também fez bastante sucesso. O embate foi direto: enquanto a pele glow com blush leve, gloss e aquele visual “acordei assim” seguia dominante, o lápis borrado na linha d’água, os batons marcantes e o contorno mais pesado retomaram força. Só que o que muita gente não percebe é que, além da estética, das fotos bonitas e do Instagram organizado, a maquiagem foi sinônimo de movimento financeiro para muitas empresárias ao redor do mundo.

O que são esses estilos?

Para contextualizar, a maquiagem messy tem aquele ar gótico dos anos 2000 e 2010. Lápis bem marcado embaixo dos olhos, batons escuros, blush em tons fechados, visual intenso. O delineado também faz parte dessa estética e, nesse ponto, eu já aviso que não é comigo — não sei fazer um delineado decente, então minha participação na estética messy tem limite. É um tipo de maquiagem que exige mais habilidade, paciência e tempo.

Já o estilo clean girl aposta na pele glowy, blush leve com toque de luminosidade, batonzinho cor de boca, muito gloss para dar efeito de lábio hidratado e tudo arrumadinho, com cabelo bem puxado. Eu mesma usei demais o look “acordei assim”. Ele funcionou porque era rápido, fácil e combinava com a correria do mundo atual, além de quebrar aquele paradigma da pele supermate e carregada que dominou desde 2015.

Eu acredito que as duas tendências convivem tranquilamente. Mas quando a gente fala de economia, o assunto muda de figura.

A make fez grana para elas

Desde 2024, a dona da estética clean girl foi, sem sombra de dúvidas, Hailey Bieber. Ela carregou essa tendência nas costas: maquiagens delicadas, pele com brilho suave, blush discreto e o que ela chamou de strawberry makeup, que virou febre mundial. Tudo que ela tocava virava assunto — e quase tudo era da Rhode, sua própria marca de beleza e skincare. E aí entra a jogada: só até maio de 2025, a Rhode registrou mais de US$ 210 milhões em vendas líquidas. Deu tão certo que a marca foi vendida este ano para a gigante americana E.L.F. por cerca de US$ 1 bilhão. Além disso, a Rhode ampliou muito o alcance ao começar a ser vendida também na Sephora, impulsionando ainda mais as vendas.

Mas, do outro lado, o movimento messy girl também gerou dinheiro. Quem comandou essa estética foi Charlie XCX, vivendo sua era Brat, do álbum lançado em 2024, que explodiu nas redes sociais e na cultura pop. A maquiagem Brat trouxe uma estética contrária à clean girl, bem no estilo Avril Lavigne: lápis preto marcado, pele mais seca, sombra escura, boca intensa. E isso virou negócio pra artista também.


Só no período chamado de Brat Summer, Charli XCX lucrou 10 milhões de dólares. Seu patrimônio líquido cresceu, sua estética virou febre, e sua carreira ganhou ainda mais prestígio — incluindo o Grammy de Melhor Gravação Dance Pop, conquistado em fevereiro de 2025.

Quando estética vira estratégia — e negócio

A maquiagem faz parte da estética dessas empresárias. E, claro, o nosso principal cartão de visita é a nossa aparência. É como as pessoas vão nos pré-julgar e como vão nos interpretar antes mesmo da gente abrir a boca para falar qualquer coisa. Então, os exemplos da Hailey e da Charli foram coisas que me marcaram muito em 2025 e me fizeram repensar sobre como a maquiagem está além da beleza e da estética, mas também é estratégia. Uma estratégia que movimenta mercado, constrói autoridade e, principalmente, gera dinheiro.

Então, no fim das contas, não existe certo ou errado. Tem dias que a gente quer uma make leve, neutra, quase nada. Em outros, dá vontade de pesar a mão, escurecer os olhos e ir para uma pegada mais rock dos anos 2000. O importante é entender que tendência não é regra — é só uma inspiração para a gente adaptar ao nosso estilo, ao nosso humor e ao nosso tempo.

Gabi Gutierrez

Colunista
Sou jornalista, nortista e completamente apaixonada por maquiagem. Acredito que ela tem que ser simples, acessível e possível pra todo mundo — por isso sou fã da democratização e da desburocratização da make. Aqui, nada de regras complicadas ou preços impossíveis: eu valorizo os produtos nacionais, truques práticos e soluções que resistem à nossa ‘brea’. Porque maquiagem não precisa ser inimiga de ninguém — muito pelo contrário.

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