Blush virou protagonista
Beleza & Moda Gabi Gutierrez

Blush virou protagonista

Em 2025, as cartelas mudaram de vez: lavanda, laranja queimado, vermelho intenso, terracota, coral e pêssego dividem o palco. Crédito: Divulgação

Se antes o blush era coadjuvante, hoje ele assumiu o papel principal na maquiagem. Ele não apenas colore, mas ilumina, define e dá personalidade ao rosto — enquanto sombra e delineado, que antes roubavam a cena, agora aparecem de forma sutil. O blush deixou de ser detalhe para se tornar estrela do espetáculo, e, convenhamos, isso é uma revolução que merece ser celebrada.

O curioso é que, mesmo com essa ascensão, sempre surge alguém pronto pra dizer: “Nossa, tá igual um palhaço!”. Como se cor no rosto fosse um crime, como se rubor fosse exagero. Talvez esse comentário diga mais sobre quem olha do que sobre quem ousa aplicar uma segunda camada de blush. No fundo, o blush é só um espelho do que queremos comunicar: energia, vitalidade, frescor. Quem não gostaria de carregar um ar de verão no rosto, mesmo em plena segunda-feira cinzenta?

Parando pra analisar, é interessante pensar no contraste entre a década passada e agora. Houve um tempo em que o matte dominava, quando pele boa era pele opaca, controlada, quase sem sinal de vida. Hoje, queremos brilho, queremos glow, queremos parecer iluminadas de dentro pra fora. Por isso, os blushes cremosos, em bastão, líquidos ou balm, com acabamento acetinado, molhado ou cintilante, têm tomado conta. Eles se fundem à pele, dão aquele efeito saudável de “queimado de sol” ou blush aquarela, quase como se a cor surgisse naturalmente.

E as cores? Em 2025, as cartelas mudaram de vez: lavanda, laranja queimado, vermelho intenso, terracota, coral e pêssego dividem o palco.

Cada tom carrega uma mensagem — ousadia, delicadeza, energia ou paixão — e transforma o blush em uma verdadeira linguagem de estilo. Não é mais apenas sobre dar “um arzinho de saúde”, mas sobre expressar personalidade.

Não dá pra esquecer que o blush também é símbolo da força da indústria nacional de beleza. Quando marcas brasileiras lançaram seus dupes acessíveis — como a Lua & Neve com o bastão inspirado no blush da Pixi ou a Oceane abrasileirando o Patrick Ta — a história mudou. De repente, tínhamos qualidade importada fabricada aqui, com preços acessíveis e uma identidade própria.

No fim das contas, a pergunta talvez não seja “muito ou pouco blush?”. O que importa é: quanto espaço estamos dispostas a dar para o nosso próprio brilho? Se for preciso uma segunda, terceira ou até quarta camada, que seja. Afinal, eu prefiro parecer um “palhaço” de bochechas coradas a passar despercebida em um mundo que insiste em pedir neutralidade.

Gabi Gutierrez

Colunista
Sou jornalista, nortista e completamente apaixonada por maquiagem. Acredito que ela tem que ser simples, acessível e possível pra todo mundo — por isso sou fã da democratização e da desburocratização da make. Aqui, nada de regras complicadas ou preços impossíveis: eu valorizo os produtos nacionais, truques práticos e soluções que resistem à nossa ‘brea’. Porque maquiagem não precisa ser inimiga de ninguém — muito pelo contrário.

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