A cena literária do Pará vive um momento de efervescência. Uma nova geração de escritoras vem conquistando espaço com obras que abordam feminismo, ancestralidade, memória e identidade amazônica. São vozes que revelam o Norte em sua pluralidade, mostrando que a literatura paraense é, ao mesmo tempo, local e universal.
Nos últimos anos, essas autoras têm ganhado reconhecimento em prêmios nacionais e circulado em importantes eventos literários, consolidando o Pará como um polo criativo que ultrapassa fronteiras. Ler essas suas obras é mergulhar em perspectivas femininas que dialogam com o território amazônico, mas que também tocam questões universais: o corpo, a dor, a resistência, a afetividade e a sobrevivência em um país desigual.
Por isso, a Revista CDC decidiu indicar livros imperdíveis para começar essa jornada de leitura:
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Paloma Franca Amorim
Paloma Franca Amorim tem uma escrita experimental e ousada, que coloca o corpo feminino e suas feridas no centro da narrativa. Em Eu preferia ter perdido um olho, a autora expõe as violências e as contradições da vida urbana em Belém, unindo fragmentos de memória e ficção em uma obra marcante. É literatura que incomoda, provoca e revela as complexidades da experiência feminina na Amazônia. A segunda edição, pela Editora Alamaeda, pode ser adquirida aqui.
Bruna Guerreiro
Pesquisadora e escritora, Bruna Guerreiro tem se dedicado a uma produção literária que reflete sobre gênero, sexualidade e violência simbólica. Em Milênio, Bruna explora as tensões do tempo, da memória e do feminino. Uma narrativa densa e reflexiva, que reafirma sua voz crítica na literatura amazônica. Está de graça na versão Kindle unlimited da Amazon!
Monique Malcher
Depois de vencer o Prêmio Jabuti com Flor de Gume, Monique Malcher retorna ainda mais madura em Degola, seu trabalho mais recente. A autora reafirma sua potência literária ao tratar de temas como violência, corpo e ancestralidade, com uma escrita que equilibra brutalidade e lirismo. Sua obra projeta a Amazônia para além das fronteiras locais, consolidando-a como uma das vozes mais impactantes da literatura brasileira contemporânea. Compre o seu aqui.
Zeneida Lima
Zeneida Lima é uma figura emblemática da cultura paraense. Reconhecida como pajé, ambientalista e escritora, ela dedicou a sua vida à preservação da tradição indígena e à educação ambiental. Seu livro mais conhecido, O Mundo Místico dos Caruanas da Ilha do Marajó, foi publicado em 2002 e reeditado posteriormente. A obra narra suas experiências espirituais e sua conexão com os caruanas, entidades místicas da cultura local. Disponível para compra aqui.
Sônia Zaghetto
Sônia Zaghetto é jornalista e escritora que, ao longo de sua carreira, tem explorado temas como memória, identidade e literatura comparada. Formada em Letras e Jornalismo pela Universidade Federal do Pará, Sônia iniciou sua trajetória literária com o livro História de Oiapoque, publicado pelo Senado Federal em 2019, que aborda a história da região fronteiriça entre o Brasil e a Guiana Francesa. Compre o seu aqui.
As obras dessas autoras ajudam a compor um verdadeiro mapa da literatura feminina no Norte do Brasil. Cada uma, com sua voz particular, revela fragmentos da vida amazônica e, ao mesmo tempo, oferece perspectivas que dialogam com mulheres de diferentes lugares do país. Valorizar essas escritoras é também reconhecer que a cultura amazônica é feita de múltiplas vozes e que as mulheres estão, cada vez mais, no centro dessa produção.
Que tal já colocá-las na sua lista de autoras para conhecer?
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